terça-feira, 10 de junho de 2008

Who knows...


De tanto querer o querer acabei querendo. E agora se eu quiser não querer mais será que o não querer é certo?

Como boa aventureira vou me arriscar a não querer. Não quero mais interrogações, nem tão pouco devaneios. Quero o real, concreto, paupável e sólido. Não quero mais desacrditar e nem achar que as indagações são problemas.
Não quero mais choro, nem noites mal dormidas, nem o peso do vazio, nem a partida, nem o adeus, nem aquilo que nem eu sei que não quero.

É sim isso mesmo, deixando para trás o que pesa e não quero que vou seguir. Afinal, o que eu não queria mais sempre joguei fora. Não quero mais pose de atriz, nem fortaleza de heroína. Quero sim dia após dia um degrau a mais, um sorriso a mais, uma amor a mais, um amigo a mais.

Quero colo antes mesmo de pedir. Quero rir de mim mesma , olhar pra trás e ver que fui ridícula, mas pereceber que só sendo ridícula se aprende. Como aprender que tomada dá choque sem ter enfiado o dedo nela? Como se apaixonar sem sofrer? Como emagrecer sem fazer dieta?

Algumas coisas não cabem no mundo da teoria, assim como o mar não cabe em rio. Algumas coisas vivem no reino da prática e vivênciá-las exige uma certa dose de coragem e de atrevimento.

As consequências das coisas práticas também só residem nesse mesmo reino. Não adianta teorizar sobre uma noite mal dormida a menos que já se tenha sentido o olho fechar no dia seguinte. Não adianta teorizar que ninguém morre de amor, se um dia você não tiver acreditado que realmente ia morrer sufocada.

Não se atrever a experimentar as coisas práticas é viver, e no final das contas só ter a passar teoria. Já pensou se entrassemos na faculdade para apenas aprendermos sem nunca exercer uma profissão? Me parece meio sem sentido.

Alguns saberes só se acumulam quando provamos seu gosto, seja doce ou azedo. Mas como achar que limão é azedo sem jamais ter experimentado o açúcar do chocolate?

De agora em diante vou me ater ao reino das coisas práticas e colher seus frutos doces ou amargos. Dúvidas são saudáveis desde que não impeçam o movimento, desde que sejam apenas dúvidas e não a razão de ser.

Então se a partir de agora eu quiser saber como alguma coisa funciona eu vou lá testar, de repente vou levar um choque ou acreditar outra vez que vou morrer sufocada. Mas eu sei que um dia eu vou olhar pra trás e rir de tanta estupidez, da minha estupidez.

Então se você nunca saiu da teoria atreva-se porque um dia a gente aprende que até um frio na barriga, dependendo do ponto- de- vista, pode ser uma sensação boa.

Um comentário:

Ela disse...

As grandes construções da vida são elaboradas em uma boa prática, com certeza. As fases de teorização tem lá a sua importância mas o mais bacana da história é sentir..
o gosto...
o cheiro...
o medo...
o arrepio...
Enfim, sentir. Coisas que os sentidos nos fazem a cada texto.


Parabéns