quarta-feira, 4 de junho de 2008
E agora José?
O triste mesmo não é o fim da história e sim perceber que ela não é e nunca foi tão importante. Ela nunca foi colorida eu é que fiz questão de dar cor, de fazer viva. De única ela nunca teve nada.
O frio na barriga que não passa, a inquietação e a falta de alguma coisa. Alguma coisa pra colocar no lugar, mas para que se nunca existiu lugar?
Acordar para perceber que o sonho colorido não passava de sonho. E como todo bom sonho só pode ser vivido no reino da fantasia, das relações virtuais.
Quando caio no mundo da realidade é aí que a coisa complica. Complica porque fico sem saber o que enfiar no lugar daquilo que me ocupavam as horas e o pensamento.
Brigo, brigo, brigo e essa batalha constante é contra mim mesma, porque agora tem um buraco, um espaço vazio e chato. Chato, muito chato porque realmente não sei o que fazer com ele.
Já me fizeram mil propostas. Vá ler um livro. Vai ao cinema. Vai praticar. Vai estudar.
Não, eu não quero ler um livro porque eu já faço isso, nem quero ir ao cimena porque já havia um espaço reservado para isso também. O que eu quero é saber o que eu faço com o espaço que era reservado para uma determinada coisa agora que essa coisa acabou.
Substituo encaixando um milhão de outras que não quero fazer só por fazer? Deixo vazio e corro o risco de no meio do vazio ter que lidar comigo mesma, com meus anseios e limitações? Finjo que não vejo? Finjo que nem sinto falata mesmo?
O que fazer com essa energia que saiu de um lugar e parece não sem enquadrar em nenhum outro?
Ok, eu sou amiga, bonita, inteligente, esperta, bacana. Mas e daí? O que eu faço com toda essa inteligência que de tão exaltada se recusa admitir que também posso ser burra, mundana e até mesmo tapada?
Nunca fui mulher de pedir sugestão, sempre tive inúmeras delas e se qustionava a alguém era a mim mesma e eu mesma me respondia. Mas e agora que meu repertório acabou?
Sento e choro? Mas eu não to afim de chorar, porque em mim reside um furacão que se perdeu no seu fim e agora quer ser brisa. But, too late...
Miss Andrade não é mulher de se abater, de se debulhar em lágrimas, de se desesperar, de se magoar, de se esconder. Então Miss Andrade é mulher de que?
De fibra, de ferro, de força? Se é de força, acho que ela saiu pra dar uma volta e me deixou na mão.
Ei, volta aqui! Porque eu não sei ser bonequinha. Será que vou ter que aprender?
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2 comentários:
A grande verdade é que vez ou outra na vida a gente se sente meio assim , meio indefinida.
Na vontade grande de permanecer forte, brilhante inteligente... No desejo simples... de ser humana ... frágil, bonequinha...
Sim, esta indefinição vem com uma bagagem enorme de aprendizado.
De permitir-se , ser, simplesmente : SER.
Texto bacana, que ouriça os SENTIDOS!
Esta semana estou à flor da pele e cheia de vazios estranhos também. Miss Andrade é maravilhosa em todas as suas facetas só porque é real, quer, corre o risco de procurar-se.
todos os beijos amiga
Carol Montone
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