sábado, 14 de fevereiro de 2009

Das coisas tão mais fáceis...


Seria tão mais fácil se você entendesse que quando digo não quero dizer sim, mesmo quando eu posso jurar que não é a melhor coisa que poderia acontecer. Seria tão simples você entender que eu sou assim meio doida, meio de lua. Meio quero e não quero, mas que a intensidade com que desejo as coisas é invariável.

Se esse furacão virasse calmaria nem eu me reconheceria em meio a tantas indas e vindas de mim mesma. Porque no fundo, acho que gosto de ser assim mesmo. Ir e vir na hora em que melhor me convier. Só não gosto quando isso é reflexo do outro.

Seria tão mais fácil se eu tivesse uma memória fraca ou uma amnésia seletiva. Porque assim, só o que me faz arder ficaria aceso. Porque sou assim mesmo. Se é pra queimar que seja queimadura de terceiro grau. Se é pra viver que fique gravado com todas as sensações no meu corpo.

E se é pra ser ausente que seja um ausente presente. Presente no desejo que tenho de ter sua boca mais uma vez em mim e sentir meu corpo tremer. Porque assim me sinto viva, e é quando estou viva que produzo melhor e me transformo em minha melhor poesia.

Seria tão mais fácil se você não fosse politicamente correto, se você não quisesse bancar o bom moço. Se você entendesse a frequência das minhas mudanças e fosse adaptável a todas elas. Seria tão mais fácil se seu corpo não se encaixasse no meu. Se você não me fizesse gozar tantas vezes.

Seria tão mais fácil se eu não brigasse contra as evidências, se eu deixasse você ir embora, e daqui pra frente, me transformasse em uma dessas mulherzinhas prendadas que cozinham para seu homem sem se insinuar como sobremesa.

Seria tão mais fácil se eu me resignasse e deixasse o tempo passar, até nos tornarmos dois estranhos íntimos, se eu obedecesse à velha máxima de que há algo melhor me esperando. Seria tão mais fácil e de tão fácil imediatamente se tornaria tão sem graça. Como tudo que é fácil.

 Paulinho Moska - A Seta e o Alvo - A Seta e o Alvo

11 comentários:

Mary disse...

Seria tão simples se não complicássemos tanto...
Beijos, florzinha!

Jana disse...

é eu sou assim como vc...

beijo

Anônimo disse...

Ah, tô sumida por causa do meu estágio. Obrigada pelo interesse. :)

Sobre seu post, se ele te faz tão bem pq dificultar? Pessoas diferentes podem se entender, havendo respeito e bom diálogo. Ambos tem que ceder um pouquinho.

Camila disse...

Seria tão mais fácil se eu tivesse uma memória fraca ou uma amnésia seletiva

seriaa siim :/ aain ameei seu texto

bejoos

Magrela disse...

Seria tão simples amiga... mas não é e então temos que encarar a realidade de cabeça erguida.


Por mais que estejamos tristes, devemos chorar tudo que temos que chorar...e aí então erguer a cabeçca, estufar o peito e abrir um sorriso bem grande!

;)

[P] disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
[P] disse...

Ah, eu também desejo com todas as minhas forças uma "amnésia seletiva". Nunca consegui nem sequer chegar perto de tê-la. Só me restou aprender a conviver com lembranças indesejadas e utilizar os tropeços como aprendizados...

Um beijo, Lu. Curta bastante o carnaval e, acredite, os deuses te ajudarão não só a não esbarrar em lembranças como também lhe enviarão AQUELE P.A. que tanta falta lhe faz!

;)

Te adoro!

Renegade disse...

as coisas simples sao sempre as mais complicadas...

Flávia disse...

Nunca é simples, não é? Mas, ainda assim, não deixa de ser bom - e essencial.

Um beijo!

Anônimo disse...

Nunca usei um P.A., mas se te fizer bem espero que arranje um logo!
Fica bem, moça!

...aquela que voa disse...

Eu adorei a intensidade do post, a forma direta da escrita, o "ser" latente. Adorei a música que não é só de fundo, é de complemento. Adorei as cores e o branco. Bjs :*