sábado, 20 de dezembro de 2008

E foi o princípio do fim...


Ana não sabia terminar histórias, não sabia deixar pra trás o que faz peso. Mas um dia Ana se pegou chorando compulsivamente. Porque Ana era aquele tipo de mulher exagerada que é tudo ou nada.

Felipe era aquele tipo de cara que não sabia ceder. Que não sabia viver como se a vida fosse uma reta. Vivia como se tudo fosse um eterno labirinto. Enrolava- se em tramas que volta e meia jogavam na cara de Ana sua impotência.
O que Felipe não contava era que Ana atrás daquela pose decidida escondia uma mulher debochada. E talvez fosse esse o maior motivo de Ana rir da cara de Felipe enquanto gozava com outros caras pela cidade.

Naquele dia, Ana e Felipe brigaram. Felipe bateu a porta e foi embora. E Ana ficou ali com seu cigarro na mão, atônita. Depois de horas de choro e de interrogações Ana se olhou no espelho e riu. Riu porque no fundo Ana nunca deixara de saber a mulher que era. E Felipe nunca deixou de ser seu brinquedo.

Ana sentiu que era hora de deixar mais esse acessório para trás. Felipe era mais um desses penduricalhos de ouro que Ana carregava em sua bolsa cheia de penduricalhos. Mas dessa vez, num súbito momento de lucidez Ana resolveu que ela aquela porta devia se fechar.

Levantou, tomou um banho daqueles que além de lavar o corpo lavam a alma. Esfregou como se quisesse arrancar alguma coisa de si. Ajeitou os cabelos, que viviam na venta. Colocou seu vestido. Pegou sua bolsa, que dessa vez estava vazia.
Olhou-se no espelho e viu o reflexo de uma mulher cheia de tatuagens. Tatuagens marcadas pela vida.

Calçou seu salto doze, porque acontecesse o que acontecesse Ana nunca descia do salto. Pegou a chave de casa, e dessa vez foi ela quem bateu a porta.
Lá estava Ana, só. Mas sabia que em algumas horas estaria de volta à sua casa envolvida pelos braços de alguém. Alguém que no dia seguinte virasse seu novo penduricalho.

Horas depois, lá estava Ana. Naquela noite decidira que não queria fazer amor, então Ana trepou a noite toda. E quando o dia amanheceu tratou de se desfazer do que sobrava em sua cama.

Na secretária eletrônica mensagens de Felipe. Ana não retornou.

5 comentários:

Renegade disse...

fez ela bem... ela que brinque a vida toda que ninguem se importa...

. fina flor . disse...

pessoas que sentem coisas parecidas deviam fumar um cigarro juntas.... bora colocar Joanna e Ana para fumar e fofocar? rs*

beijos e saudades

MM.

>>> um ótimo natal para você e um dois mil e love repleto de conquistas, cadência na alma e quentura no coração :o)

Paula Barros disse...

Lendo esse conto, fiquei pensando, realmente cada um reage de um jeito. Enfrenta os momentos de forma diferente. Nem certo, nem errado, só a forma de reagir e agir.

Gosto da sua forma de escrever.

abraços, bom natal.

Anônimo disse...

Mulher decidida a levar e deixar o que for melhor pra ela.

Boas festas, viu?

beijo

Leonardo disse...

bom natal moça!

beijo