sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Das horas mudas...
De todas as coisas que gritam nada ecoa mais alto que o silêncio. Da falta de som e presença por pura e simples apatia de algo ou alguém. Ou de palavras que deixaram de ser ditas por uma razão ou outra e que se afogam no silêncio.
A ausência de som que não se deve à paz ou calmaria das horas ou melhor das minhas horas. A ausência de som porque já não ecoa, já não causa efeito e realmente me recuso a não ser percebida ou ser percebida de tal maneira que não me cabe.
O que não posso esconder nem sequer camuflar é que em meio a essa ausência meus olhos berram. Mas não posso culpar quem não sabe ouvir olhos. Na verdade o que incomoda mesmo é a mesmice da falta de sinais. Porque os sinais que me foram tirados indubitavelmente andam rolando por aí. De mão e mão e de uma mão que não afaga. Porque afago só é especial quando é único.
Pensando bem talvez o silêncio seja agora meu grande aliado por ser insuportável saber que as palavras que se desenham em meus ouvidos são as mesmas palavras de trezentos mil outros.
Vamos lá. Olhe bem para os meus olhos. Tenho olhos de outra qualquer? Definitivamente não! Então combinemos que daqui pra frente só me faça ver o que realmente se destina a mim e só a mim.
Não, eu não vou ter pudor em pisar com o salto do meu scarpin em cada palavra que não seja única e nem vou fazer questão de esconder minha risada de quem se deu conta do ridículo.
Porque o ridículo é lugar temido de todo ser humano vaidoso e não é que eu acabei achando graça. Em verdade não sei se rio da graça ou da des- graça. Das não graça, da não peculiaridade. Na verdade o ridículo vem do externo. Do ridículo de outrem que fiz questão de partilhar.
Então, o silêncio. De novo ele invadindo os espaços vazios das horas perdidas, do tempo gasto com o que no fim era apenas e tão somente, o ridículo. Sabe que é até divertido esse jogo. Você finge que sabe mentir e eu finjo que sei acreditar.
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11 comentários:
concordo com vc.. há silêncios ensurdecedores rs
beijos
Mas assim você força demais e termina por querer dar palavras aos olhos, imagens aos ouvidos e intolerância à compreensão. Não se incomode com o grito do silencio, converse com ele, mas com carinho amor e deixe a repulsa e o desalento lá pra fora. Você tem encanto demais para se permitir a arranhões desnecessários. Preserve-se do que não quer em você. Publiquei agora mesmo no Meu Nosso Blog texto que poderá ser oportuno a este seu momento.
Cadinho RoCo
Cadinho RoCo
Não sei não, mas acho que na maioria das vezes não entendemos muito bem o que querem nos dizer. Da mesma forma, não somos bem entendidos no que queremos comunicar.
Talvez seja porque entre nós e o que é essência em nós, há uma névoa de conceitos tortos, inseguranças e orgulhos...
Mas, como disse antes, não sei, nào...
Beijos e boa sorte.
Uma rosa breve
Uma hortênsia de alva cor
A terra molhada pelo sereno
Nos celeste paira um Açor
A madeira verde, a dança do fogo
O embalo do loureiro no vento, o alecrim
Um ribeiro de inquietas águas
Levam o perfume das mágoas em viagem sem fim
Convido-te a sentir a minha paleta de aromas
Mágico beijo
Eu não me entendo bem com os silêncios. Ma s o fato de ser falante, ja me fez descobrir que realmente eles tem muito mais intensidade do que muitas palavras minhas.
Mas... se eu disser que gosato... não seria verdade, amo o barulho, os rumores , as risadas , e o agito mais...
beijo
Parabéns! Tb amo estar, ser e ouvir o silêncio.
Porém, há um o silêncio muito cruel, que é aquele que é emitido com o propósito atroz de emudecer quem vai ouvi-lo.
Concorda?!
Beijo na alma
Uma das piores coisas é ter que dizer com o silêncio, porque a palavra já não faz mais sentido. E eu adoro as palavras...
Beijos.
Palavras, olhar, SENTIDOS... silenciar sacia, amargura... uma segunda possibilidade de observar e quem sabe, mas não adianta... tem gente que se assusta ao ver a alma. Bjs
É, querida, ás vezes é melhor estar em silêncio do que ouvir palavras gastas :o)
Beijocas,
MM.
>>> tem dica das boas no canteiro
silêncio mostra amor, a falta do amor, desinteresse, reijeção, esquecimento...ele fala e ele fala MUITO. Mas sempre na nossa vida existem um momento em que é necessário calar não é verdade? Porque a palavra é demais, porque algumas atitudes são demais, enfim. Por vezes e na maioria das vezes ele me ajuda! Eu gosto de calar.
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