quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Do que não falta...


Não é que faltassem as palavras, no fundo o que faltava mesmo era organizá-las. De forma, que as mesmas tivessem um brilho especial, e não que fossem jorradas e perdidas em um tempo que não o meu.

Não é que faltassem as rédeas, apenas faltava pulso para tomá-las. Não é que faltasse brilho, apenas faltava deixá-lo ofuscar. Não é que faltasse doação, apenas o tênue limite entre o ser e ceder.

Não é que o velho fosse errado, apenas não mais adequado. Não é que faltasse fôlego, apenas entendimento que cada sentimento tem seu tempo e sua hora. Nenhuma semente pode dar frutos antes que o solo seja adubado.

Não é que faltasse adubo, apenas o vazo escolhido era pequeno demais para que crescesse uma árvore frondosa. Não é que faltasse gente, apenas faltava um pouco de mim mesma. Não é que não fosse inteira, apenas faltava tomar conhecimento do todo.

Não é que não existisse o mar, apenas faltava coragem para mergulhar em águas profundas. Não é que a hora fosse errada, apenas o comportamento anacrônico.

Não é que não tenha valido a pena, somente não saíra como o previsto.