quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Da união...

Antes mesmo de começar a escrever esse texto pensei em algumas palavras. Escrevi umas, apaguei outras.

Carinho, companheirismo, amizade, tolerância.Mas nenhuma delas foi suficiente para definir o que é o amor.

Talvez porque o amor seja amor e ponto. Não se descreve, não se delimita, não cabe. Não cabe em palavras, não cabe em nós mesmos. E, talvez, seja justamente por isso que o expulsemos de nós para que ele transborde para o outro.

E quando o outro é terra fértil para essa semente acontece o inesperado: o encontro de almas. Almas estas que mesmo antes de se encontrarem, de alguma forma, já estavam ligadas. Unidas pela sutileza desse estranho que nos invade sem pedir permissão.
O que poucos sabem é que esse presente precisa ser cuidado, regado a cada dia. Nem água demais, nem de menos. E quando se encontra a medida exata é porque o amor já não caminha sozinho.

Com ele agora caminham a admiração, o respeito, a amizade, a fé, a perseverança. Duas pessoas que não se completam porque já são inteiras. Duas pessoas que por serem plenas e não metade sabem a exata hora de expulsar o amor para que ele vá ao encontro do outro.

Assim ele acontece, não por obrigação, não por coincidência. E sim por comprometimento. Comprometimento com o outro, consigo mesmo. Comprometimento em querer ver sempre o sorriso estampado. E quando assim não for possível, um abrigo.
Amar é doação, é saber que às vezes também se ama apesar de. É ter lucidez para reconhecer essa dádiva quando ela bate a nossa porta.

Amor não é cotidiano, não é corriqueiro. É um advento, um evento.
Quando duas almas se encontram é tempo de celebração.

Aos meus queridos afilhados, Mariana e Guilherme,que a vida de vocês seja um eterno evento. É uma imensa honra e uma enorme alegria participar desse momento de tão pertinho.

Para quem sempre foi e sempre será meu eterno porto seguro meus votos de uma linda e longa caminhada a dois.

Da dinda que muito torce por vocês.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Das viagens...

A ausência tão temida pela grande maioria das pessoas muitas vezes pode ser esclarecedora. Quando se afasta das dúvidas, das rotinas e se permite que a vida tome seu curso natural, sem intervenções, as respostas naturalmente aparecem.

Mesmo quando são opostas ao que se esperava, respostas são sempre bem vindas. Acalmam o mar de interrogações que cismam em caminhar ao nosso lado. É na ausência de si e da rotina que as sementes encontram terra fértil para brotarem.

Alguns lugares são capazes de muito mais do que nos divertir, proporcionam um encontro com nós mesmos. Um encontro com facetas antes desconhecidas. E o que antes tinha urgência, agora entende que tudo tem um momento exato de ser.

Mas há, também, o tempo exato de deixar de ser. De desconstruir, e muitas vezes a desconstrução é o curso mais correto. O caminho mais pleno de si. É quando nos afastamos que adquirimos clareza. É justamente na ausência que muitas vezes se estabelece a completude.

Sair do seu lugar, da zona de conforto pode ser enriquecedor. Novos horizontes se escancaram, novas possibilidades jamais pensadas antes se mostram.
Pessoas. Pessoas são a maior riqueza, ou talvez a única riqueza que levamos conosco. Lembranças de uma época feliz, de momentos inesquecíveis. Troca, movimento, enriquecimento.

Estar em contato com outra cultura, com pessoas diferentes pode ser uma experiência ímpar.

Viagem. Viajar é sempre uma grande dádiva. Quase sempre a mala volta mais cheia. Cheia de histórias para contar, cheia de memórias, cheia de novas amizades, cheia de sorrisos.

A mala mais cheia e alma mais leve, com a certeza de que como já dizia o poeta: tudo vale a pena quando a alma não é pequena.