quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Tempo, tempo, tempo, mano velho....



Sabe daquelas coisas que você jura que nunca vão acontecer, do mal que você nunca vai padecer?

Nunca me pude ver sem a escrita, sem que as palavras escorressem do meu umbigo direto para o pedaço de papel mais próximo. Nunca me vi sem ídéias... Aliás, dizem por aí que nunca viram alguém com tantas idéias.

Nunca viram uma garotinha que tivesse mais resposta pra tudo. Nunca ninguém soube rir da vida mais do que a debochadinha que vos escreve.

Pois bem, eis que é chegado o dia em que as palavras não gritam mais por sair e na verdade se misturam tanto que ficam de fato no caos da desordem. E desconexas, nada coesas.

Então, enquanto eu não voltar a ser a garota carioca swing sangue bom, vou me ausentar uns tempos daqui. Não, isso não é uma despedida. Apenas um até breve. Até que eu consiga colocar a casa em ordem. Por enquanto em nada posso contribuir e me recuso a escrever qualquer coisa. Porque só escrevo aquilo que pulsa. E se nada pulsa, não há razão de ser em uma letra sequer.

2009 finalmente começa e espero que as coisas achem seu rumo. Enquanto isso, vou sem pressa!

A todos que sempre são tão carinhosos em suas visitas meu abraço apertado e meu hasta pronto! Bons ventos me trarão de volta, quando tempo resolver correr macio.

 Pato Fu - Sobre o Tempo

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Das coisas tão mais fáceis...


Seria tão mais fácil se você entendesse que quando digo não quero dizer sim, mesmo quando eu posso jurar que não é a melhor coisa que poderia acontecer. Seria tão simples você entender que eu sou assim meio doida, meio de lua. Meio quero e não quero, mas que a intensidade com que desejo as coisas é invariável.

Se esse furacão virasse calmaria nem eu me reconheceria em meio a tantas indas e vindas de mim mesma. Porque no fundo, acho que gosto de ser assim mesmo. Ir e vir na hora em que melhor me convier. Só não gosto quando isso é reflexo do outro.

Seria tão mais fácil se eu tivesse uma memória fraca ou uma amnésia seletiva. Porque assim, só o que me faz arder ficaria aceso. Porque sou assim mesmo. Se é pra queimar que seja queimadura de terceiro grau. Se é pra viver que fique gravado com todas as sensações no meu corpo.

E se é pra ser ausente que seja um ausente presente. Presente no desejo que tenho de ter sua boca mais uma vez em mim e sentir meu corpo tremer. Porque assim me sinto viva, e é quando estou viva que produzo melhor e me transformo em minha melhor poesia.

Seria tão mais fácil se você não fosse politicamente correto, se você não quisesse bancar o bom moço. Se você entendesse a frequência das minhas mudanças e fosse adaptável a todas elas. Seria tão mais fácil se seu corpo não se encaixasse no meu. Se você não me fizesse gozar tantas vezes.

Seria tão mais fácil se eu não brigasse contra as evidências, se eu deixasse você ir embora, e daqui pra frente, me transformasse em uma dessas mulherzinhas prendadas que cozinham para seu homem sem se insinuar como sobremesa.

Seria tão mais fácil se eu me resignasse e deixasse o tempo passar, até nos tornarmos dois estranhos íntimos, se eu obedecesse à velha máxima de que há algo melhor me esperando. Seria tão mais fácil e de tão fácil imediatamente se tornaria tão sem graça. Como tudo que é fácil.

 Paulinho Moska - A Seta e o Alvo - A Seta e o Alvo

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Da cumplicidade feminina....


Dizem que os homens são muito mais unidos do que nós, mulheres. E por mais que eu acredite que homens sejam bem mais simples, beirando o trivial, não acredito que, nós, do suposto sexo frágil não sejamos unidas.

Certa vez, me disseram que admiravam minha coragem perante a vida e a capacidade de sempre manter o sorriso nos lábios. Eis que depois de um período turbulento encontro a explicação para tal fato.

Talvez, a primeira explicação seja o fato de que chorar causa rugas e definitivamente não quero tê-las quando for uma balsaka. Mas sem dúvida, essa não é a mais importante. Que ser humano pode permanecer aos prantos quando uma amiga se despenca de casa, em pleno verão carioca, atravessa o túnel e te leva pra almoçar em um restaurante chiquérrimo, só pra te ver sorrindo?

E quando estou quase a beira de um ataque de nervos eis que me surge um telefonema dizendo: amiga, se você não parar de chorar vou aí te bater. Levanta mulher!
E que mulher resiste a um recado na caixa postal: Amiga, hoje é dia de festa, se arruma, vamos beber umas caipirinhas e dar umas risadas.

E aquela mensagem: Joga bola, jogadora! Vamos em frente! Sucedida de uma ligação: Garota, quero saber como você está e onde você está porque vou aí te ver agora!

Tem aquela solidariedade bonita de quem diz: amiga, serei seus braços e suas pernas. Tô aqui do seu lado. Ou ainda, a solidariedade virtual. Do papo diário, dos projetos conjuntos.

Mas não posso esquecer da solidariedade da mulher, que para toda mulher, é sempre a mais querida. Aquele colo que só ela tem. Minha mãe. Mulher guerreira, que sempre me deu a mão, que sempre fez o impossível pelo meu sorriso. Aquela que me arranca de casa para fazer compras no shopping. Que me faz cafuné pra eu dormir.

Então, caros leitores não me venham com esse papo que a classe feminina não é unida. Porque somos sim uma espécie de grande família, com laços nem sempre consanguíneos. Mas quem se importa quando há uma ligação tão mais forte que essa?

A cumplicidade feminina nasce nas ligações diárias, no sorriso, na mesa de bar, na evidência de pontos em comum. De histórias que se cruzam e que caminham juntas. Dos dramas compartilhados, daquela risada gostosa de situações que, um dia, acreditamos que nunca iriam passar.

Se há uma palavra para definir as mulheres que me cercam, creio eu, que seja AMIGA. Obrigada por vocês existirem e por serem meus olhos quando não consigo enxergar o evidente.

 Lenine - Todas elas juntas num so ser



Pessoas queridas, não poderia deixar de falar de um lugarzinho, onde sempre há cumplicidade feminina, o banheiro. Que mulher nunca emprestou um batom e deu um conselho de última hora nesse lugar meio refúgio. Aos que me perguntaram, o Sentidos continua. O blog, No Banheiro Feminino, é um projeto paralelo. Espero a visita de todos nesse banheiro badaladíssimo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Casa nova...


E como não sou de fazer morada na tristeza e qualquer prazer me diverte. Surge então uma casa nova. Construída a três mãos. Cada uma com seu jeitinho.
A todas às queridas almas que sempre vêm aguçar meus sentidos, hoje é dia de open house.
Abaixo o link do blog novo.

http://no-banheiro-feminino-blog.blogspot.com/

Sejam bem vindos!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Por um fio....


Por um fio de explodir. Por um fio de sair correndo. Por um fio de jogar tudo para o alto. Por um fio. Na corda bamba. Dizem as más línguas que quando algo desanda, o resto todo toma o mesmo destino. Como nunca fui de acreditar no senso comum me recuso a acreditar agora.

Embora haja grandes sinais de dias difíceis, de guerra, me recuso a acreditar que o barco possa ter tomado rumo oposto ao que remo. Nem as palavras me fazem companhia. Parece que minha inspiração foi embora. Deve estar por aí trancafiada em algum canto junto com aquela gargalhada gostosa que sempre me foi habitual.

É quando o grito não sai e corpo responde como pode. É quando o porto seguro vai embora e o norte aponta para o sul. Quando tudo que se diz é pouco. Quando as maiores certezas se transmutam em ponto de interrogação. Quando a neblina impede a visão de dias melhores.

Por favor, eu quero colo. Não fala nada, só me abraça porque não há o que ser dito.Não me pergunte porque. Porque eu sei bem os porquês mas não tenho a menor intenção de explicá-los.

Não, eu não quero ser super mulher nesse momento. Não quero e não posso. Está tudo do avesso. E assim a vida segue. As palavras faltam. Por favor, me diga o que fazer, me aponte uma saída sem que tenha que ser fuga.