sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Adeus ano velho, feliz ano novo!


Não, eu não vou prometer entrar na academia, emagrecer dez kilos, parar de fumar, esquecer aquela paixão. Plantar uma árvore, voltar a comer carne, ser mais sensata, menos impulsiva, menos amante mais amiga.

Não, eu não vou prometer que 2009 será um ano de superação, de mil e uma realizações, muito menos serei super mulher. Não, eu não vou depositar no pobre do ano todas as minhas expectativas, meu príncipe no cavalo branco, minha promoção no trabalho, aquele carro novo que vai estar na minha garagem e muito menos aquele partidão que minha mãe sempre sonhou.

Creio sim que seja época de renovação. Mas para renovar e inovar, dessa vez não haverá promessas. As coisas vão acontecer na hora e da forma que tiverem que acontecer. Faço votos sinceros a mim mesma que em 2009 eu aprenda que nem tudo está sob controle e que ao invés de fazer desse fato um drama eu sinta o gosto agridoce que as coisas inesperadas trazem consigo.

Tudo bem, tudo bem. Um pouquinho menos dona da verdade e um pouquinho menos intolerante. Mas não prometo nada. Só vou tentar.

E que esse ano ímpar (para mim, anos ímpares são sempre os melhores) venha cheio de surpresas, e que as boas me tragam um sorriso de criança, e as não tão boas assim me tragam algum aprendizado sem que para isso eu tenha que endurecer.

Ao mundo desejo do fundo do peito que 2009 seja um ano de mais tolerância, tolerância às diferenças. De mais amor, amor ao próximo e amor a si mesmo. Porque parto da premissa que só ama ao próximo aquele que ama a si mesmo.

Aos amigos desejo horas de conversa fiada, abraço apertado, um amor daqueles de tirarem a gente de órbita, muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender.
Fechado o balanço de 2008 é hora de sorrir para 2009 sem creditar a ele qualquer responsabilidade. Deixa o ano que nasce bater na sua porta e invadir sua alma. E que cada dia desse novo ano seja de fato um novo dia.

À minha mãe Oxum peço proteção e saúde para concretizar todos os meus planos e resignação para aceitar que nem todos serão concretizados. Que os ventos soprem a meu favor e a favor daqueles que têm disposição de viver.

Vai 2008, com todas as suas marcas e que nele fique o que não quero mais. E que venha um ano novinho, todo decorado de luzes e com cheiro de flor. Com muito amarelo e muito cor- de- rosa.

Vem 2009 que te quero bem!

sábado, 20 de dezembro de 2008

E foi o princípio do fim...


Ana não sabia terminar histórias, não sabia deixar pra trás o que faz peso. Mas um dia Ana se pegou chorando compulsivamente. Porque Ana era aquele tipo de mulher exagerada que é tudo ou nada.

Felipe era aquele tipo de cara que não sabia ceder. Que não sabia viver como se a vida fosse uma reta. Vivia como se tudo fosse um eterno labirinto. Enrolava- se em tramas que volta e meia jogavam na cara de Ana sua impotência.
O que Felipe não contava era que Ana atrás daquela pose decidida escondia uma mulher debochada. E talvez fosse esse o maior motivo de Ana rir da cara de Felipe enquanto gozava com outros caras pela cidade.

Naquele dia, Ana e Felipe brigaram. Felipe bateu a porta e foi embora. E Ana ficou ali com seu cigarro na mão, atônita. Depois de horas de choro e de interrogações Ana se olhou no espelho e riu. Riu porque no fundo Ana nunca deixara de saber a mulher que era. E Felipe nunca deixou de ser seu brinquedo.

Ana sentiu que era hora de deixar mais esse acessório para trás. Felipe era mais um desses penduricalhos de ouro que Ana carregava em sua bolsa cheia de penduricalhos. Mas dessa vez, num súbito momento de lucidez Ana resolveu que ela aquela porta devia se fechar.

Levantou, tomou um banho daqueles que além de lavar o corpo lavam a alma. Esfregou como se quisesse arrancar alguma coisa de si. Ajeitou os cabelos, que viviam na venta. Colocou seu vestido. Pegou sua bolsa, que dessa vez estava vazia.
Olhou-se no espelho e viu o reflexo de uma mulher cheia de tatuagens. Tatuagens marcadas pela vida.

Calçou seu salto doze, porque acontecesse o que acontecesse Ana nunca descia do salto. Pegou a chave de casa, e dessa vez foi ela quem bateu a porta.
Lá estava Ana, só. Mas sabia que em algumas horas estaria de volta à sua casa envolvida pelos braços de alguém. Alguém que no dia seguinte virasse seu novo penduricalho.

Horas depois, lá estava Ana. Naquela noite decidira que não queria fazer amor, então Ana trepou a noite toda. E quando o dia amanheceu tratou de se desfazer do que sobrava em sua cama.

Na secretária eletrônica mensagens de Felipe. Ana não retornou.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Bem mais e melhor...


Fica comigo só hoje e eu prometo te recompensar pelas noites que deixamos de viver todos esses anos. Fica comigo só hoje e eu te prometo que só iremos dormir quando lá fora o sol aparecer.

Fica comigo só hoje e eu prometo ser tua com a intensidade de mulher que espera o marido voltar da guerra. Te prometo o maior amor do mundo e pra sempre, só hoje. Fica comigo só hoje e desenha teu corpo no meu, porque nunca nenhum outro se movimentou com tanta harmonia.

Fica comigo só hoje porque éramos tão diferentes mas tão complementares. Porque depois de tanto tempo seu cheiro continua o mesmo e agora você resolveu voltar invadir meus sonhos. Fica comigo só hoje como se os anos não tivessem corrido e nos tornado dois estranhos tão íntimos.

Fica comigo só hoje. Só hoje, porque amanhã já será tarde. Porque amanhã voltamos a estaca zero e eu volto a te reconhecer como um outro qualquer. Como um passado remoto, como uma história vivida e mal vivida. Porque amanhã esvazio meu baú e com ele você vai embora.

Só hoje porque amanhã volto a rir da tentativa do resgate de algo que um dia foi ouro e agora é pó.Porque amanhã nada mais existe, nada mais importa. Amanhã tudo volta a ser como vem sendo.

Amanhã quando acordarmos, você vai olhar para o lado e se deparar com o mulherão que eu me tornei e eu vou me dar conta de que você nunca esteve a minha altura. E quando isso acontecer, todas as promessas que te fiz hoje ficarão juntas com o que não vivemos.

E quando eu finalmente for embora, irei ouvindo Chico Buarque: “ E quantos homens me amaram bem mais e melhor que você.” Quando eu finalmente for embora vou entender que esses anos afastados foi o melhor que podia e devia ter acontecido. E você finalmente e definitivamente não vai compreender como me deixou ir embora.

 Chico Buarque - Olhos nos olhos. - Chico Buarque - Olhos nos olhos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Toda mulher...


Porque toda mulher que é guerreira sabe se divertir.
Porque toda mulher que se preza tem um sorriso estampado no rosto.
Porque toda mulher sabe ser meio mãe, meio filha, muito amiga.
Porque toda mulher esconde algum segredo.
Porque mulher que é mulher sabe o poder de assim ter nascido.
Porque toda mulher esconde lá no fundo um pouquinho de Madonna.

Show muuuuuuito bom com companhias perfeitas!!!! Não podia deixar de comentar o show da Madonna que lotou o Maracanã no último domingo. A chuva só ajudou a lavar a alma!

 Madonna - Like a Prayer

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Como tinha que ser...


Ela podia ser amável e segundos depois um alerta de perigo. Pintava as unhas de vermelho sangue para se misturar com seus cabelos, que refletidos ao sol pareciam acaju. Não estava nem sequer perto da perfeição e era disso que tinha mais orgulho. Levava a vida como quem veio a passeio. Brincava com corações alheios, mas não continha sua ira quando faziam do seu bola de gude.

Naquele dia, ela tinha acordado de ressaca daquelas noites intermináveis em que vestia sua mini saia e saía sem rumo. Abriu os olhos incomodados pela luz que entrava pela fresta de sua cortina. Sentou-se. Acendeu um cigarro. E ficou imóvel como se quisesse colocar os pensamentos em ordem.

Ficou ali alguns longos minutos naquela manhã de sábado. Até que resolveu se levantar. Entrou no banho, saiu enrolada na toalha que permaneceu envolvendo seu corpo não mais que alguns segundos. Andava nua pela casa. Abriu a geladeira e comeu morangos. Adorava morangos.

O telefone toca. Sim, era ele. O motivo de sua ressaca, a quem dedicara todos os brindes da noite anterior. Por quem secou até a última gota de sua garrafa de wisky. Ela era assim, só gostava de bebida quente. Que fizesse seu corpo incendiar. Era seletiva, principalmente com suas emoções. Não admitia sentir nada morno, tinha verdadeira adoração por tudo que a fizesse arder.

Prendeu os cabelos e outro cigarro. E aquela voz ainda ecoava do outro lado do telefone. E Ana ainda não entendia bem a razão daquela chamada. Mas continuou escutando com a pouca paciência que ainda lhe restava. Lá estava ele, Felipe. Queria entender o porquê de tantas ligações ignoradas na noite anterior.

Ana, que nunca fora mulher de quem pudesse se seguir os passos disse:
- Por aí, eu estava por aí. E qual a diferença que isso tudo faz?
- Você sai feito louca e nenhum sinal de você? Qual a diferença que isso faz?
- Bem, se faz alguma diferença guarde ela com você.

Desligou o telefone. Ligou o som. Ana gostava de dançar em casa como se sentisse observada. Como se alguém a observasse escondido.

Toca a campanhia. Ana se enrola na toalha. Mais uma vez aquele pedaço de pano não envolveu se corpo por muito tempo. Agora eram a tolha e dois corpos que ardiam de desejo. Dois corpos que contrariavam as leis da física e ocupavam um só espaço.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Preto no branco...


Grita uma certa intolerância aos nãos e uma certa fragilidade em sentir o toque gelado quando entro em contato com as grades frias de aço que cercam meus desejos. O que cerca, talha e retalha os meus impulsos. Como se qualquer incômodo viesse em forma de onda pronta para me afogar.

Uma onda de força que me obriga a ceder por não ser capaz de suportar qualquer angústia que se aproxime do meu campo. Uma cólica de tamanha intensidade anunciado aquilo que vaza, que escapa sem que haja qualquer possibilidade de intervenção.

Algo que rouba o ar, que causa vertingens e que não se controla. Não adianta, não se controla. Deve haver algo no meio do caminho, um tom entre o branco e o preto que aparece para aqueles que dispõem de um pouquinho de tempo e de cuidado. Deve haver algo entre o impulso e a razão.

Assim como há um pouco de prazer na dor. Deve haver algo que se sinta nem quente nem frio. Mas que se sinta. Algo que retire a anestesia, que acorde um sonâmbulo, que traga a uma realidade mais paupável e mais real. Daquela de seres humanos que convivem com suas contradições.

De certo que há. Há uma forma de lidar com vazios, buracos sem que para isso seja necessário comer uma caixa de bombom inteira ou perder horas de sono. De certo que há uma maneira mais branda de lidar com sensações inóquoas, amorfas.

De certo que há outra maneira de viver. Não sem arranhões, mas talvez sem paradigmas.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

It`s all about love...


É tempo de semeadura em meu ventre. Confesso que o fim de ano bateu em minha porta com um sentido doce e terno de gratidão. O gosto de mel do dever cumprido e de colheita de algumas horas dedicadas a aquilo que tinha que ser feito.

2008 quase se despede passando o mastro para 2009, que não tenho dúvidas, será um ano de muitas e outras realizações. Afinal, anos ímpares sempre trazem consigo algo ímpar e especial.

Algumas aves raras fizeram com que esse ano fosse cheio de boas surpresas e de crescimento mútuo. Após dias, semanas, meses, dedicados a um projeto eis que colhi seu fruto adocicado no último dia 29. Aprovada com louvor deixo a graduação para me aventurar em águas mais profundas. Que venha o mestrado!

Para aqueles mais chegados, ainda que não tão presentes fisicamente, deixo meus sinceros agradecimentos e meu abraço apertado. Pelas horas dividas, pelos ouvidos emprestados às minhas eternas e intermináveis dúvidas, pelo apoio, pela mão amiga, pelo colo e por toda atenção.

Mas como nem tudo é feito de brilho, aos meus amigos queridos que enxugaram minhas lágrimas, que me obrigaram a sorrir porque assim deve ser. A todos aqueles que nem por um segundo deixaram de acreditar que every little thng is gonna be all right!

Que em 2009 possamos estar ainda mais próximos e que meu porto seguro nunca deixe de assim o ser. Porque toda guerreira gosta de saber que ao chegar em casa vai encontrar alguém a sua espera. Qual a graça das vitórias se não podem ser compartilhadas com aqueles que amamos?

Uma pequena lista de agradecimentos aos que fizeram 2008, 2007,2006,2005,2004 ( e lá se vão anos) e ainda farão todos os outros de nossas vidas momentos especiais.

À minha querida amiga Mariana, minha ruiva, que resolveu se aventurar em solos paulistanos, mas que em nenhum momento sequer deixou de habitar o meu dia-a-dia. Pela amizade sincera, o carinho de sempre.

Às amigas Caroline e Roberta porque nossos elos são de outras vidas, de outro tempo, de outra existência. Amor incondicional e que não cabe em folha de papel.

Às Marias: Maria Bianca, Maria Flávia, Maria Sabrina, Maria Julia, Maria Estrela. Porque sem vocês a vida não seria tão divertida e tão florida. Afinal, são todas flores do meu jardim.

À Fernanda, Nandinha, Nandoca, pessoinha que dispensa comentários. Pelos anos traçados juntos, pelo meu e pelo seu crescimento. Porque ainda que mais distantes carrego você no peito, minha pequenininha.

À minha amiga gigante não só no tamanho mas nas palavras, na presença, no brilho nos olhos. Porque se tem uma pessoa que é brasileira e não desiste nunca essa pessoa é você Monique!

Ao meu amigo e irmão adotado Celso porque.. ah não tem porque, eu te amo de graça!

À minhas amigas Camila, Larissa, Mariana, Karllota e Janine que dispensam qualquer tipo de comentário. Simples assim, por vocês existirem.

Às irmãs Carol e Mônica Montone que são o mais lindo presente que algum anjinho lá em cima colocou no meu caminho. Pelas horas de conversa, sopinhas no Cafeína ou caminhadas na Paulista.

À minha amiga Paloma que é minha filha, minha confidente, meu porto seguro, minha florzinha. Que sempre tem uma palavra pertinente.

Às Paulas da minha vida, minhas duas loiras que sem elas, esquece! Eu não seria quem sou. Simplesmente porque o amor delas me faz uma pessoa melhor.

A você que me fez entender que todo tesão é encantador. Em horas de conversa ou em situações inusitadas da vida.

Ao meu amado amigo Arthur que caminhou junto comigo, que me orientou, que torceu por mim, que me ajudou.

Aos meus pais a quem agradeço a vida, o amor, a dedicação, as noites mal dormidas quando eu ainda era só um bebê, as flores recebidas pela conclusão de uma etapa da vida. Por vocês existirem e serem assim como são.

Agradecimentos especiais aos amigos Diego de Leone e Carolina Salmon que foram meus braços e minhas pernas esse ano. Sem eles não teria sido possível chegar até aqui. Para vocês qualquer palavra é pouca.

A mim mesma pelo amadurecimento, pela dedicação em meio às horas de desespero e cansaço. Por não ter perdido o foco.

Àquela força maior que todos sabemos que existe, uns a chamam de Deus, outros de energia, não importa o seu nome. O meu sincero obrigada por fazer os ventos soprarem a meu favor.

A todos os que não foram aqui citados mas que são meus fiéis escudeiros e meus presentes de fim, início, meio de ano. De sempre.